Doce reflexão, 2016 – de Anaisa Franco

Instalação artística interativa em formato de pavilhão paramétrico. Ao entrar no pavilhão, o público podia ter sua face fotografada, mapeada e transformada em chocolate e panquecas, através da tecnologia de impressão 3-D. Algumas fotos foram posteriormente reproduzidas em formato de adesivo e aplicadas na parede externa do pavilhão, criando a percepção de uma “colmeia” de faces. O projeto buscou resgatar e mapear a origem multicultural do bairro e sua história de imigração em um memorial temporário construído a partir do processo de interação do público.

Anaisa Franco (Uberlândia, 1981)

Artista multimídia, designer, escultora, desenhista. Formada em artes plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado e mestre em arte digital e tecnologia pela Universidade de Plymouth (Inglaterra). Trabalha e expõe em países da América, Ásia e Europa, participando de exposições nacionais e internacionais, desde 2002, com obras que exploram a relação entre arte e tecnologia.

Me conta um segredo?, 2016 – de Guto Requena

Obra composta por um conjunto de mobiliários urbanos interativos que buscou romper as fronteiras entre design, arquitetura e urbanismo através das tecnologias digitais. O projeto nasceu de um simples convite aos passantes para que compartilhassem um segredo de sua intimidade. Os depoimentos, gravados de maneira anônima, foram sucessivamente armazenados e disponibilizados aleatoriamente na “Câmara Coletora de Segredos”, peça central da obra. O projeto foi completado por uma ativação do resto do mobiliário, através de um jogo reativo de luz e som. Todo o mobiliário foi pintado com as cores das bandeiras dos países dos principais grupos de imigrantes que povoaram o bairro do Bom Retiro.

Guto Requena (Sorocaba, 1979)

Arquiteto e mestre em arquitetura pela Universidade de São Paulo, Guto é um estudioso de cibercultura e do impacto das novas tecnologias na arquitetura e no design. Foi professor convidado de instituições como FAAP, PUC-RJ, Unicamp, USP, Belas Artes e Mackenzie. Foi colunista do jornal Folha de S.Paulo e atualmente desenvolve séries de design, arquitetura e urbanismo para televisão, cinema e internet.

Flutuação, 2016 – de Iara Freiberg

Flutuação, da artista Iara Freiberg, é um exercício que investiga os volumes tradicionais da paisagem urbana. As marcações desenhadas diretamente sobre superfícies arquitetônicas operam ora como sulcos, vazios e intervalos, ora como provocações ou invasões que atravessam os traços dos edifícios, desmontando a composição e a estrutura regular próprias do urbanismo vigente. Deriva daí uma espacialização que foge da estabilidade, da determinação de lugar e sugere movimento, deslocamento à intervenção, um misto de concretude e abstração. O trabalho atua entre temporalidade e espacialidade, incidindo de forma mimética no lugar e reorientando a percepção entre profundidade e distância, propondo um vazio positivo. Pode parecer um beco sem saída, mas, num exercício de entrega, abre-se a espaços imaginários, cria um lugar de novas possibilidades. Flutuação desvia deliberadamente a ideia de superfície para um outro modo de compor o espaço.

Iara Freiberg (São Paulo, 1977)

Seu trabalho caracteriza-se  por desenvolver intervenções intrinsecamente ligadas à arquitetura e às relações com o espaço. Desde 2002 participa de exposições no Brasil e no exterior. Idealiza e participa de projetos especiais e iniciativas independentes, realizando intervenções no espaço público, em edifícios desocupados e lugares não convencionais. Ganhou o prêmio de arte contemporânea da Funarte, em 2013, e a bolsa Iberê Camargo, em 2006.